TEMA 05 – “As Duas Bestas de Apocalipse 13 – Parte 2”
É interessante também se perceber a
importância e significado que Deus dá aos números na Bíblia. Por exemplo, as 12
tribos de Israel ou os 12 apóstolos; este número 12 representa o povo de Deus.
O número 4, por exemplo, é usado muitas vezes para representar a amplitude
mundial de eventos ( Ex: 4 ventos; 4 cantos da terra; etc..). O número 10 está
associado à idéia de totalidade na parábola das 10 virgens em Mateus 25 (a
totalidade da igreja cristã). O número 7 é o número de Deus. Representa a
perfeição, aquilo que está completado. Deus criou o mundo em 7 dias; Deus
santificou o 7º dia; Elias orou 7 vezes completando assim o aperfeiçoamento de
sua fé antes de ser transladado. O
número 6 em Apocalipse 13:18 está associado à imperfeição, não completo.
Gostaríamos de focalizar a seguir duas
interpretações razoáveis para o número 666.
Primeira:
Note-se que :
a) este
número é “...número de homem..”;
b) é o “...o número da Besta...”;
c) Não
pode ser o nome próprio do chefe do sistema papal, mas sim algo como o título
ou posição usado por todos eles ou por muitos deles;
d) Alguns
dos títulos no Latim, língua oficial romana, são:
·
“VICARIVS FILII DEI” => significando ‘ O
Vigário ou Substituto do Filho de Deus’;
·
“VICARIVS GENERALIS DEI IN TERRIS” => significando
o ‘Vigário geral de Deus na Terra’;
·
“LATINVS REX SACERDUS” => Significando Rei e
Sacerdote;
O mais comum e conhecido deles é o primeiro citado. Em algarismos romanos, algumas dessas letras valem um número. Vejamos :
V = 5 I
= 1 C = 100 A =
nada R =
nada I = 1 V = 5 S =
nada ======= 112
=> sub total |
F =
nada I = 1 L = 50 I = 1 I = 1 ======= 53 => sub total |
D = 500 E
= nada I = 1 ======= 501
=> sub total |
Lembramos
que o sistema de medidas da Babilônia literal era um sistema sexagenal. O
número 6 aparece, por exemplo, nas medidas da imagem de outro que ele construiu
e decretou que todos deviam adorar (veja Daniel capítulo 3). Esta imagem media
6 côvados de largura por 60 côvados de altura.
Como já vimos, o número 6 caracteriza o número
do homem, criado no 6º dia da semana da criação. Traz a conotação de inacabado,
imperfeito – é o número do homem, da humanidade. Ao contrário do número 7 que
representa a obra divina acabada e perfeita, este é o número de Deus.
Maxwell demonstra que o sistema religioso,
professo cristão, de justificação por obras da Besta do apocalipse, representa
finalmente o ser humano impenitente, decidido a seguir seu caminho próprio e
independente, sem Deus. É a tripla insistência
do número 6 - 666, número do homem impenitente, rejeitando a graça
salvadora e dizendo a Deus que não quer ser dirigido por Ele. Rejeita-O como
Salvador e como Senhor.
Preferimos ficar com esta segunda
interpretação de Apocalipse 13:18.
“Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande
príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual
nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, será
salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro” Dn 12:1.
É nesse
tempo que Daniel viu Jesus – o grande comandante Miguel – se levantar pra
socorrer o Seu povo.
Deus livrará
o Seu povo fiel das mãos da Besta. Aqueles que aprenderam a confiar em Deus e
exercitaram sua fé lembrando-se dos atos poderosos de Deus no passado em favor
de Seu povo e no passado individual de suas próprias vidas, estes cantarão o
cântico de Moisés que representa o livramento da opressão. (Veja Apocalipse 14:3
e Êxodo 15).
v2 E ouvi uma voz do céu como a voz de muitas
águas e como a voz de um grande trovão; e uma voz de harpistas, que tocavam com
a sua harpa.
v3 E cantavam um como cântico novo
diante do trono e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia
aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram
comprados da terra.
v4 Estes são os que não estão contaminados
com mulheres, porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para
onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram comprados como
primícias para Deus e para o Cordeiro.
v5 E na sua boca não se achou engano; porque são
irrepreensíveis diante do trono de Deus.” Grifos acrescidos.
Sobre
o Monte Sião. É interessante notar que o povo de Deus é visto, na Bíblia,
algumas vezes no vale outras vezes no monte. Ezequiel no capítulo
37 teve uma visão de um vale de ossos secos; representava a condição
espiritual morta e sem vida dos que professavam adoração a IAWEH. Mas João viu o povo de Deus no monte, junto
com o Cordeiro Jesus, Aquele que tira os pecados do Seu povo. É a visão de um
povo vivo, espiritual e vitorioso; é a visão em que o povo de Deus está com
Jesus brilhando com Sua glória. No monte da transfiguração Pedro e seus
companheiros viram Jesus em glória. Cristo convida Seu povo a subir o monte da
vitória sobre o pecado. Sião representa a igreja.
Vemos o
mesmo espírito de alegria e gratidão nas palavras do salmista: “Cantai ao
SENHOR um cântico novo, porque ele fez maravilhas; a sua destra e o seu braço
santo lhe alcançaram a vitória. O SENHOR fez notória a sua salvação; manifestou
a sua justiça perante os olhos das nações. Lembrou-se da sua benignidade e da
sua verdade para com a casa de Israel; todas as extremidades da terra viram a
salvação do nosso Deus. Celebrai com júbilo ao SENHOR, todos os moradores da
terra; dai brados de alegria, regozijai-vos e cantai louvores.” Salmo 98: 1
a 4.
Em sua testa tinham escrito o nome dele e o de seu Pai. Ao escrever estas palavras, o profeta de Patmos deixou a certeza que Deus pode nos dar a vitória sobre a Besta e seu nome. Ter o nome de Deus e do Cordeiro em suas testas (inteligência, decisão , mente e coração) significa aceitá-Lo como Salvador e Senhor, significa ter o Seu caráter, significa ser como Ele. Quando Jesus mora em nosso coração (mente e testa), somos como o grupo especial dos 144 mil. O povo de Deus terá a mente de Cristo, o caráter e a Lei de Deus escrito em Seus corações quando Jesus voltar e destruir a Besta.
Parece
que o autor busca focalizar a pureza doutrinária do remanescente 144 mil; mas
também e principalmente eles estão revestidos com a imaculada justiça de
Cristo. Trata-se de um grupo especial que estará vivendo nos dias do retorno de
Cristo e será transladado ao Céu sem experimentar a morte. É um grupo que não
aceitou os falsos ensinos de igrejas que compõem a grande Babilônia, isto é, “não
se contaminaram com mulheres”, admitindo-se o termo “mulher” como
símbolo de igreja. Faz também o autor referência à perfeição do caráter deste
povo: E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis
diante do trono de Deus. Notamos que este grupo está vivendo neste mundo
sem a intercessão de Cristo no Santuário celestial. Este grupo vive por sua
própria justiça, como troféus do poder da graça redentora e transformadora de
Cristo. Eles têm prazer na Lei de Deus. Este remanescente fiel é a resposta de
Deus às acusações de Satanás de que o Senhor é injusto, que Sua Lei é injusta,
que Seu governo não é justo. Esta
é a Teodiceia divina.
Citando
as 12 tribos, mais uma vez, parece-nos que o autor do Apocalipse está querendo
enfatizar que o grupo dos 144 mil compõe os diferentes aspectos de
personalidade do povo de Deus. Como o novo e perfeito Adão, em Cristo estão
reunidos todos os aspectos do caráter e personalidade espiritual do povo de
Deus. Ele é a primícia e a cabeça da nova humanidade. É o modelo perfeito. O
grupo dos 144 mil são os irmãos do Rei. Como igreja é o corpo de Cristo sem
mácula (Efésios 5:27). Eles formam como um todo a expressa imagem de Deus e
refletem o perfeito caráter de Cristo nas doze facetas de personalidade das 12
tribos do Israel espiritual.
Concluímos,
pelo contexto, que o número deste grupo pode ser simbólico; pois se trata do Israel simbólico, das tribos
simbólicas .
144=12 x
12 =>o povo de Deus, suas diferentes
personalidades unidas no corpo de Cristo. Mil => Uma grande multidão de
salvos. Imediatamente a descrição das 12 tribos, João explica: “Depois
destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de
todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e
perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos...” Apoc.
7:9.
Adoração: O centro da Grande Controvérsia
Orgulho,
exaltação própria, desejo de ser adorado e servido está no centro de uma doença
cósmica espiritual chamada “pecado”.
Deus
respondeu a esse grande conflito com uma cruz e nela pregado o Filho dEle. A
divindade respondeu a sede de orgulho e exaltação da criatura pecadora com a
humildade e obediência:
“... subsistindo em forma de Deus, [Jesus] não julgou como usurpação o
ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo,
tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si
mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz” Fp 2:5 a
8.
A prova
final para a humanidade colocará no centro da controvérsia o tema: adoração e
obediência. Ou adoraremos e obedeceremos ao Criador ou prestaremos culto,
adoração e obediência à criatura. Não haverá meio termo.
No início
da era cristã o teste de lealdade para igreja e o povo era o primeiro e o
segundo mandamento que exige obediência, adoração e reverência somente ao
Criador. A besta naqueles dias (Roma imperial) exigia adoração e reverência ao
imperador. Milhares e milhares pagaram com a própria vida sua fidelidade.
Nos
últimos dias o teste de lealdade para igreja e o povo será o primeiro e o
quarto mandamento que exige adoração e obediência pela guarda do Sábado do
sétimo dia em amor ao Criador. A primeira Besta de Apocalipse 13 (o papado)
apoiada pela segunda Besta (os Estados Unidos da América) clamará por adoração
e obediência à guarda do Domingo – o primeiro dia da semana.
Aqueles
que permanecerem fiéis ao Criador serão assinalados como servos de Deus, pela
santificação do Sábado e serão preservados das pragas do Apocalipse. Aqueles
que forem fiéis a Besta serão assinalados com a “marca da besta” pela
santificação do Domingo e receberão os flagelos ou 7 pragas do Apocalipse
derramados sobre a Grande Babilônia (o conluio ou consórcio das religiões
humanas mais os ímpios de todas nações).
“ Depois destas coisas, vi descer do
céu outro anjo, que tinha grande autoridade, e a terra se iluminou com a sua glória.
Então, exclamou com potente voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia e se
tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e
esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável, pois todas as nações têm
bebido do vinho do furor da sua prostituição. Com ela se prostituíram os reis
da terra. Também os mercadores da terra se enriqueceram à custa da sua luxúria.
Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos
dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes
dos seus flagelos; porque os seus pecados se
acumularam até ao céu, e Deus se lembrou dos atos iníquos que ela praticou” Ap
18:1 a 5.
Um grande abraço,
Júlio Simões
Filho
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