Ensina-nos a contar nossos dias

“Senhor, tu tens sido nosso refúgio ao longo das gerações. Antes que os montes nascessem, antes que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus. Fazes as pessoas voltarem ao pó quando dizes: ‘Retornem ao pó, mortais’. Para ti, mil anos são como um dia que passa, breves como algumas horas da noite. Arrastas as pessoas como numa enchente; elas são como sonhos que desaparecem. São como a grama que nasce pela manhã; pela manhã, brota e floresce, mas, à tarde, murcha e seca... Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio. SALMO 90:1 A 6,12

 “Minha vida passa rápido, como as sombras que se vão; vou murchando, como o capim”. SALMO 102:11

 “Pois ele sabe como somos fracos; lembra que não passamos de pó. Nossos dias na terra são como o capim; como as flores do campo, desabrochamos. O vento sopra, porém, e desaparecemos, como se nunca tivéssemos existido”. SALMO 103:14 A 16

          Amiga e amigo leitor, diante da realidade que não somos donos de nossa própria vida, antes temo-la emprestada do Criador, que posição deveríamos tomar se não aquela que nos ordenou Miqueias no capítulo 6 e verso 8 de seu livro: Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus”Andar humildemente diante de Deus e dos homens!           Quanta sabedoria nessas palavras! Quando nós – homens e mulheres – nos esquecemos de que não somos mais do que uma nuvem passageira ou uma erva do campo que nasce, cresce, morre e desaparece na caminhada por esta terra, não passamos de criaturas tolas, pobres, cegas e miseráveis que se sentem seguras ao enganarem-se a si mesmas dizendo: “sou eterno”. Sábias são as palavras inspiradas do apóstolo São Tiago:

“Prestem atenção, vocês que dizem: ‘Hoje ou amanhã iremos a determinada cidade e ficaremos lá um ano. Negociaremos ali e teremos lucro’. Como sabem o que será de sua vida amanhã? A vida é como a névoa ao amanhecer: aparece por um pouco e logo se dissipa. O que devem dizer é: ‘Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isso ou aquilo’.” Tiago 4:13 a 15NVT.

Não somos donos de nossa própria vida! Não temos sequer o controle de nosso futuro, sequer 1 (um) minuto à frente. Essa é a pura realidade! Negar esta verdade é fazer como uma criancinha inocente que se esconde, em meio corpo, atrás da cortina da sala e pensa que papai e mamãe não a estão vendo. Ou mais inocente ainda, tapa os olhinhos com as mãos e diz: eles não estão me vendo.

Deus tem pacientemente esperado que Seus filhos rebeldes escutem o clamor da voz do Espirito Santo em suas consciências e se arrependam. E o Espírito não só fala a consciência, mas Deus tem enviado mensageiros, arautos fiéis que têm gritado bem alto para seus irmãos, por meio da pregação falada, escrita, postada, gravada, televisionada: Arrependam-se! Arrependam-se! Arrependam-se de suas vidas fúteis e vazias! 

Deus nos dá [ou melhor, empresta] o dom da vida para que sejamos como mordomos fiéis e façamos o melhor uso do corpo, dos talentos, do dinheiro e do tempo, todos com o propósito de honrar e glorificar Seu santo nome. Não pertencemos a nós mesmos. Como escreveu o santo apostolo Paulo:

“Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo.” 1 Co 6:19,20.

E ainda:

“Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?  Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado.

Ninguém se engane a si mesmo: se alguém dentre vós se tem por sábio neste século, faça-se estulto para se tornar sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; porquanto está escrito: Ele apanha os sábios na própria astúcia deles.

E outra vez: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são pensamentos vãos.” 1 Co 3:16-20

 A Busca dos Prazeres e do Apetite Depravado: Como foi nos dias de Noé!

 Temos vivido numa era muito semelhante aos dias da cultura hedonista grega no passado. A busca pelos prazeres carnais, o materialismo, o consumismo, o imediatismo, a vaidade, o luxo, a inutilidade e desvarios de pensamentos; enfim, as paixões desenfreadas por comida, bebida, ostentação e sexo é a ordem do dia. Tudo está se repetindo.

A profecia de Jesus tem se cumprido de forma impressionante e precisa. Quando esteve com Seus discípulos no Monte das Oliveiras, dias antes de Seu sacrifício de sangue, alertou aqueles que viveriam pouco antes de Sua volta, acerca da condição do mundo no fim dos tempos:

“Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem.” Mt 24:37-39.

Reflita nas palavras de uma grande educadora do século XIX:

            “Os mesmos pecados que atraíram juízos sobre o mundo, nos dias de Noé, existem em nossos dias. Homens e mulheres levam os seus hábitos no comer e beber a tais extremos que terminam em glutonaria e bebedice. Este predominante pecado, a condescendência para com o apetite pervertido, inflamou as paixões dos homens nos dias de Noé, e levaram a generalizada corrupção. Violência e pecado alcançaram o Céu. Esta contaminação moral foi finalmente varrida da Terra por meio do dilúvio. Os mesmos pecados de glutonaria e embriaguez embotaram a sensibilidade moral dos habitantes de Sodoma, a ponto de parecer que o crime fosse o prazer de homens e mulheres da ímpia cidade. Cristo assim adverte o mundo: ‘O mesmo aconteceu nos dias de Ló: Comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre, e destruiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do homem Se manifestar.’ Lucas 17:28-30

            Cristo nos deixou aqui uma lição muito importante. Pôs Ele diante de nós o perigo de fazermos da comida e da bebida a coisa principal. Apresenta-nos Ele os resultados da desenfreada complacência com o apetite. As faculdades morais são debilitadas a tal ponto que o pecado não parece condenável. O crime é considerado com leviandade, e a paixão controla a mente, até que afinal os bons princípios e impulsos são desarraigados, e o nome de Deus é blasfemado. Todas essas coisas são o resultado do comer e beber em excesso. Esse estado de coisas é o mesmo apontado por Cristo como devendo existir em Sua segunda vinda. O Salvador nos apresenta alguma coisa mais elevada por que lutar, do que meramente o que comeremos, o que beberemos ou com que nos vestiremos. Comer, beber e vestir-se são levados a tais excessos que se tornam crime. Estão entre os assinalados pecados dos últimos dias, e constituem um sinal da breve volta de Cristo.

            Tempo, dinheiro e força, que pertencem ao Senhor, mas que Ele confia a nós, são gastos em superfluidade no vestir e em luxos do apetite pervertido, que diminuem a vitalidade e trazem sofrimento e ruína. É impossível podermos apresentar a Deus nosso corpo como sacrifício vivo, quando o aviltamos de contínuo com corrupção e enfermidade em virtude de nossa própria pecaminosa condescendência.” E.G.White, Conselhos Sobre Saúde, págs. 23 e 24.

A “cultura” inútil e a indiferença para com o sofrimento alheio

Muitos têm ignorado o sofrimento de seu próximo nos lugares de guerra, entre os refugiados, os famintos, os pobres e necessitados; sim, muitos têm vivido uma vida de futilidades, enchendo a mente de uma dita “cultura” que é inútil, egoísta; mergulhando em entretenimento vazio, inútil e sem sentido. Riquezas astronômicas e criminosas tem-se acumulado em paradoxo a pobreza e miséria sub-humana. Condomínios luxuosos tem-se erguido ao lado de favelas e barracos miseráveis, sem saneamento e condições mínimas de dignidade humana. O que será dos ricos indiferentes ao sofrimento de seus irmãos quando o grande Juiz se levantar na Terra? É preciso que eles se lembrem que “Minha é a prata, meu é o ouro, diz o SENHOR dos Exércitos” Ageu 2:8.

O clamor do pobre e do que sofre injustiça social clama aos ouvidos de Deus. No passado, no tempo de Deus, o grande Juiz se levantou e puniu severamente aqueles que ignoraram suas responsabilidades com os menos favorecidos.

“Prestem atenção, vocês que são ricos. Chorem e gemam de angústia por causa das desgraças que os esperam. Sua riqueza apodreceu, e suas roupas finas são trapos comidos por traças. Seu ouro e sua prata estão corroídos. A mesma riqueza com a qual vocês contavam devorará sua carne como fogo. Esse tesouro corroído que vocês acumularam testemunhará contra vocês nos últimos dias. Por isso, ouçam os clamores dos que trabalharam em seus campos, cujo salário vocês retiveram de modo fraudulento! Sim, os clamores dos que fizeram a colheita em seus campos chegaram aos ouvidos do Senhor dos Exércitos. Vocês levam uma vida de luxo na terra, satisfazendo seus desejos e engordando a si mesmos para o dia do abate.” Tiago 5:1 a 5.

Todos, sem exceção, um dia darão contas de suas vidas e se reportarão ao Dono das vidas e dos bens pelo que fizeram com os seus talentos e porque negligenciaram o socorro aos seus irmãos.

No grande dia do Juízo, o Juiz agirá em favor dos injustiçados:

Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda;  então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar?

O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me. E eles lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não te assistimos? Então, lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer. E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna.” Mt 25:31 a 46.

Ensina-nos a Contar os Nossos Dias

            Por fim, resta-nos clamar a Deus que nos dê sabedoria para fazer uso judicioso da vida emprestada que nos foi concedida e lembrar-nos que um dia daremos contas ao doador da mesma. Como escreveu o sábio Salomão:

“De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más.” Ec 12:13,14.

Peçamos forças e graça ao Senhor da vida para abandonar as futilidades, os entretenimentos vazios; que possamos abandonar o pecado, abandonar as paixões pervertidas do apetite e do sexo banalizado ou outro e qualquer desvio da santa e bendita vontade divina.

Abstenhamo-nos de julgar e sentenciar o próximo. Deixemos de olhar para o cisco nos olhos dos outros e olhemos ao espelho para que percebamos a trave que está em nossos próprios olhos. Tenhamos compaixão dos que erram e estejamos vigilantes para que não venhamos cair, quando pensamos estar em pé.

Somente o coração cheio do Espírito Santo nos dará juízo e despertamento para discernir os sinais dos tempos e percebermos que temos apenas um dia de cada vez para viver e colocar em ordem nossa casa e nossas vidas. O conselho da Testemunha Fiel é que vigiemos continuamente e oremos sem cessar:

Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor. Mt 24:42

Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora. Mt 25:13

Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca. Mt 26:41.

Estai de sobreaviso, vigiai e orai; porque não sabeis quando será o tempo. Mt 13:33.

Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã... O que, porém, vos digo, digo a todos: vigiai! Mc 13:35 e 37.

 Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do Homem. Lc 21:36

Que seja essa a nossa oração: ‘Senhor, ensina-nos a contar o nosso tempo e vivermos a altura de Tuas expectativas’.


Grande Abraço,

        Júlio Simões Filho

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